segunda-feira, 17 de novembro de 2008

LUANA AIRES


Luana Aires é artista múltipla e tem 20 anos. Concedeu esta entrevista ao blog Sociedade Mutuante em 08 /11 /2008.


QUAL VERTENTE ARTÍSTICA SEGUE? ALÉM DESTE SEGMENTO, HÁ OUTRAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS QUE GOSTARIA DE EXPERIMENTAR?
Sigo todas e nenhuma. O que há é um permanente estado criativo que às vezes é canalizado pela música, às vezes pela poesia, às vezes pelo desenho e pelas artes visuais. Gosto de acreditar na fusão entre as práticas de arte, na fusão entre arte e vida, na não-separação de uma e outra. Gosto de acreditar na criação artística como continuação e materialização do fluxo da vida, essa vida que pulsa.

POSSUI TRABALHOS PUBLICADOS? QUAIS?
Participei de uma edição coletiva e independente de um livreto que reuniu escritos de quatro poetas; tenho alguns livros e fanzines que desenvolvo artesanalmente, tais como o “Livro das Ovibiedades”, “Infancitude” e “Quase poesias”. Alguns escritos meus também foram publicados na edição de 2008 do Livro da Tribo.

QUANDO COMEÇOU A SE ENVOLVER COM ARTE?
Desde sempre estive envolvida com a proposta de criar. Quando tinha três anos, meu pai e eu desenhávamos juntos com bastante freqüência. Logo em seguida vieram a música e a brincadeira com palavras. Estudei em uma escola, chamada “Alternativa”, que tinha como principal objetivo desenvolver o lado criativo humano ao invés de difundir o ensino técnico e tradicional. Acredito que isso foi um impulso significativo. É exatamente essa a questão: fazer arte não foi uma opção ou uma decisão tomada a partir de um momento determinado, foi um prolongamento natural de um estado que sempre existiu.

PODERIA RELATAR DE FORMA SIMPLIFICADA UM DIVISOR DE ÁGUAS EM SUA CARREIRA?
Não consigo detectar um divisor de águas... O que sempre houve foi uma enxurrada!

INFLUÊNCIAS E/OU PREDILEÇÕES?
Manoel de Barros é um poeta que gosto muito. Fernando Pessoa, Ferreira Gullar, o lado B de Carlos Drummond... Não conheço ainda muitos escritores internacionais. Em artes plásticas, admiro o trabalho de Oiticica, Leonilson, Mira Schendel, Egon Schiele, Jean Dubuffet e outros.

UM MOMENTO MARCANTE EM SUA TRAJETÓRIA?
A participação da banda de música regional Chica Feijão e do Grupo Rosa dos Ventos; o convite para recitar meus poemas no Sarau de Poesias da Lagoa do Nado em maio de 2007.

QUAL É A SUA FORMAÇÃO? EM QUE MEDIDA ESTA INFLUENCIOU SUA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA?
Estudo Desenho e Licenciatura em artes visuais na Escola de Belas Artes da UFMG. Tenho percebido que a academia pode às vezes sufocar, pela sua formalidade, a organicidade e a espontaneidade do fluxo criativo. No entanto acredito que a pesquisa de uma linguagem visual específica contribuiu para um maior entendimento dos fundamentos do desenho e de como ele pode ser ensinado e difundido. Tenho vontade de passar a experiência criativa pra frente, penso que ela pode ser extremamente significativa para o outro assim como foi extremamente significativa para mim.

PODERIA NOS CONTAR SOBRE SUAS EXPERIÊNCIAS COM A CONFECÇÃO DE LIVROS-OBJETOS E COM O “PROJETO SARAVÁ”? QUAIS SÃO AS PROPOSTAS EM CADA UM DESTES PROJETOS?
O livro-objeto, essa construção híbrida literária e escultórica, cuja proposta é subverter a função e a estrutura tradicional do livro, funcionou para mim, a princípio, como um suporte não convencional para os meus poemas. São trabalhos que exploram e potencializam a própria materialidade do livro, questionam a sua lógica linear de fruição, pressupõem a participação efetiva do leitor – que não é mais só leitor – no processo de “apreciação” do trabalho. Em “Esconderijo dos poemas tímidos e desconexos”, por exemplo, o poema encontra-se fragmentado em partes, ou seja, inscrito em pequenos papéis picados, que são tirados aleatoriamente por aquele que o “manipula” e constrói uma nova ordem para o mesmo. Atualmente, criei o que chamei de livro-desenho e desenho-objeto. Nesse caso, o desenho se completa e se transforma na medida em que acontece o passar de páginas.

Com relação ao Projeto SARAVÁ, entramos num âmbito bastante diferente. Tem sido um laboratório para a troca de conhecimentos musicais e outros tipos de conhecimentos entre seus integrantes e a partir de seus integrantes. É um projeto que pretende cantar e homenagear compositores que apreciamos, e ao mesmo tempo difundir informações e curiosidades a respeito da música brasileira.


QUAL É A IDÉIA DO PROJETO “A CASA” E DO COLETIVO “KAZA VAZIA”?
Como se trata de coletivos, não posso elaborar uma resposta que tenha a pretensão de definir, a partir de uma única visão, a proposta de nenhum deles. No entanto formularei o que vejo de interessante nos dois projetos: O Projeto ACasa acontece anualmente na cidade de Diamantina, concomitante aos Festivais de Inverno. Tem como base a convivência e a imersão de um grupo de artistas em um mesmo espaço, no caso, uma mesma Casa, que funcionará como uma espécie centro cultural temporário, irradiador de trocas de experiências, trabalhos coletivos, intervenções urbanas, oficinas abertas à comunidade, exibição de filmes e cafés-debates.

O coletivo Kaza Vazia tem uma proposta de ocupação de espaços “vazios”, ou melhor, de espaços latentes, que se dá através da instalação de trabalhos plásticos e da realização de performances no local escolhido. Na minha visão, essa prática é uma alternativa inteligente às exigências burocráticas das grandes galerias. A idéia é democratizar e facilitar o acesso ao espaço expositivo, estimulando os artistas a mostrarem seus trabalhos.


QUAIS SÃO OS SEUS PLANOS FUTUROS?
Experimentar vivências relacionadas à arte-educação, continuar criando e ver no que dá. Ou no que deu.

Um comentário:

Anônimo disse...

o hermana vc quer entra em parceria
com o livreco???? se for ficarei
feliz quero q vc entra na parte dos
desenho sers simples vc sabe so 5 folhas pois quero organiza as poesia e manda aluz q nos tem para as pessoas ide a caminhar. o luam
ta muito estranho se me ajudar
ficarei muito grato hermana jubinha
hahhahah bjos e muita luz em tua alma!!!!!!!!!!! me lique.