quinta-feira, 12 de junho de 2008

ANDRÉ BONFIM


André Bonfim é escritor, músico, ator e tem 23 anos. Concedeu esta entrevista ao blog Sociedade Mutuante em 08 / 06/ 2008.


QUAL VERTENTE ARTÍSTICA SEGUE? ALÉM DESTE SEGMENTO, HÁ OUTRAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS QUE GOSTARIA DE EXPERIMENTAR?
Ainda não tinha parado pra pensar a respeito. Talvez por achar muita pretensão de minha parte afirmar-me como seguidor de uma ou de várias vertentes artísticas. Reconheço minhas limitações e minha imaturidade. Modéstia? Não, creio que sou um artista experimentador. Gosto de pesquisar, buscar novas tendências, etc. Inquietude é meu lema sempre. Mas quando vejo que estou especializando demais me afasto imediatamente. Preguiça, talvez. Ou medo. Gostaria de experimentar jardinagem e culinária.


POSSUI TRABALHOS PUBLICADOS? QUAIS?
Tenho poesias publicadas pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores nas Antologias de Poetas Contemporâneos de nº’s 7, 10 e 45, e na Antologia de Poemas Dedicados.


QUANDO COMEÇOU A SE ENVOLVER COM ARTE?
Desde muito jovem. Não lembro a idade, mas, certa vez, quando criança, recordo-me de acordar de madrugada com uma idéia fixa e correr para o papel e escrever freneticamente até pegar no sono novamente. E isso não aconteceu só uma vez. Nessa época eu morava no Rio de Janeiro com minha tia e era uma criança solitária que tinha muitos livros como companheiros. Quando voltei pra Fortaleza me afastei dos livros e descobri o esporte. Mas ele não me descobriu. Foi quando descobri um violão Di Giorgio mudo no canto do guarda-roupa. Era de meu pai, músico e poeta cearense falecido em 1991. Assim, descobri também uma forma de tê-lo sempre presente comigo. Decidi aprender a tocar sozinho. Deu no que deu.


PODERIA RELATAR DE FORMA SIMPLIFICADA UM DIVISOR DE ÁGUAS EM SUA CARREIRA?
A resposta acima responde esta. Mas, posso dizer mais dois? Na infância, quando li Monteiro Lobato pela primeira vez decidi que ia ser escritor. E ratifiquei essa decisão na adolescência, quando descobri a poesia/música de Arnaldo Antunes.


INFLUÊNCIAS E/OU PREDILEÇÕES?
Posso falar sobre o que estou tendo contato ultimamente: a arte de vanguarda. Transgressora, subversiva, etc. Estou ouvindo bastante John Cage, Karlheinz Stockhausen, Arrigo Barnabé e Tom Zé. Mas adoro Schöenberg, Villa-Lobos, Pixinguinha, jazz (Charlie Parker e Miles Davis, principalmente), samba (Cartola, Nelson Cavaquinho e João Nogueira) e chorinho (Jacob do Bandolim é meu preferido). Em literatura, estou relendo Primeiras Estórias, do Guimarães Rosa. E Macunaíma, de Mário de Andrade, ainda continua meu livro de cabeceira. Mas ainda este ano quero reler o fascinante Doutor Fausto, do Thomas Mann.


UM MOMENTO MARCANTE EM SUA TRAJETÓRIA?
Meu ingresso na faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Ceará.


QUAL É A SUA FORMAÇÃO? EM QUE MEDIDA ESTA INFLUENCIOU SUA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA?
Sou bacharel em Filosofia pela UFC e atualmente sou mestrando em Filosofia pela mesma universidade. Em que medida? Um copo cheio.


COMO SURGIU A BANDA “APORIA”?
A banda foi formada em 2003 por três colegas da faculdade de Filosofia da UFC: Bruno Lima, Italo Wander e eu. Durante o convívio universitário descobrimos várias afinidades, tendo a música ocupado um lugar de destaque nas conversas de bar e nos primeiros acordes e versos compostos conjuntamente. Após a euforia inicial, a banda interrompeu suas atividades por problemas diversos, retornando a ativa em 2005, dessa vez com dois novos componentes, Daniel Bessa e Freddy Costa, que trouxeram novas características para a banda, tanto na sonoridade quanto nas letras, mas fundamentalmente: na amizade. Hoje, após a saída de Bruno, a banda conta com mais dois integrantes: Carlos Maia e Yuri Emanuel. Um verdadeiro “coletivo”. Temos algumas gravações caseiras, mas em breve lançaremos nosso primeiro cd.


GERALMENTE, COMO SE DÁ O DESENVOLVIMENTO DO TEMA NA CRIAÇÃO DE SUAS PEÇAS E PERFORMANCES TEATRAIS?
Às vezes lento, às vezes numa rapidez arrebatadora. No mais, tudo que “me toca” pode servir de tema para uma peça ou performance. Gosto da criação coletiva. Minha primeira experiência com teatro (O Curso Princípios Básicos de Teatro, do Theatro José de Alencar) me ensinou a importância disso. E o grupo Os Sentistas (André Bonfim, Fátima Muniz e Juliana Holanda) ratificou este ensinamento. Ultimamente estou afastado da atividade cênica. Talvez um “hiato criativo”. Ou um afastamento total.


QUAIS SÃO OS SEUS PLANOS E/OU PROJETOS FUTUROS?
Terminar o mestrado e lançar um livro de poemas até o final do ano.

Um comentário:

Anônimo disse...

André,
Acabo de ler a s/entrevista à este blog(o LINK, quem mandou, foi o Jorgan,s/primo q.está residindo, na Suiça), estou emocionada,pois,vc.
não deve ter lembrado,no dia q.vc.deu esta entrevista,s/pai,se vivo fosse,faria 50 ANOS.VC. é a cópia fiel do s/pai em todos os sentidos.Meus parabéns,q.JESUS,continue te iluminando. Beijos,s/tia,q.muito te ama. IRACEMA.