sábado, 11 de abril de 2009

RODRIGO STARLING

Rodrigo Starling é poeta, filósofo, músico e tem 27 anos. Autorizou esta entrevista ao blog Sociedade Mutuante em 11 /04/2009.


QUAL VERTENTE ARTÍSTICA SEGUE? ALÉM DESTE SEGMENTO, HÁ OUTRAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS QUE GOSTARIA DE EXPERIMENTAR?
Vertente? As paixões... todas em que, desgovernadas, queiram me guiar as bigas do espírito... a concepção artística é gozo que se torna vida, por meio de escritos, performances e canções... Não forço experimentações, deixo-as acontecer.


POSSUI TRABALHOS PUBLICADOS? QUAIS?
Sim, são eles:

CONFESSÓRIO ARDENTE. 1ª. ed. Belo Horizonte: Q.S.Editorial, 2006. v. 300. 20 pgs.
BREVIÁRIOS DO CÁRCERE. 1ª. ed. Belo Horizonte: edição artesanal, 2004. v. 52. 120 pgs.
ALEA JACTA EST. 1ª. ed. Belo Horizonte: EDLR, 2003. v. 1000. 46 pgs.
PAZ: O COMEÇO. 1ª. ed. Belo Horizonte: Independente, 2002. v. 1000. 22 pgs.


QUANDO COMEÇOU A SE ENVOLVER COM ARTE?
“In útero”. A vida é uma obra de arte... Se comparada a um livro, imagino que possua milhões de páginas em branco onde escrevo, inconscientemente, há 27 anos. Conscientemente, produzo desde os 15 anos, lembrança de meus primeiros escritos e composições, época em que ganhei a primeira guitarra... Não vejo separação entre música e poesia: são partes de um todo artístico, assim como nós, partículas de um todo universo.


PODERIA RELATAR DE FORMA SIMPLIFICADA UM DIVISOR DE ÁGUAS EM SUA CARREIRA?
A audição de “Shine on You Crazy Diamond”, Pink Floyd.
A leitura de “A Metamorfose”, Franz Kafka.


INFLUÊNCIAS E/OU PREDILEÇÕES?
Vários “ismos”: Romantismo, Simbolismo, Surrealismo, Existencialismo... além de outras “ousadias” de clássicos ou contemporâneos, conhecidos ou não.


UM MOMENTO MARCANTE EM SUA TRAJETÓRIA?
A premiação/menção no concurso mundial de poesias NOSSIDE 2008


QUAL É A SUA FORMAÇÃO? EM QUE MEDIDA ESTA INFLUENCIOU SUA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA?
Superior em Filosofia (PUC Minas - 2003), Pós-Graduação em Gestão de Políticas Sociais (PUC Minas - 2006), atualmente, mestrando em Ciência Política pela ULHT, Portugal.

Devido esta formação, os escritos carregam um tom retórico, às vezes político. É uma escrita engajada (não panfletária). Também não é arte pela arte. Os textos têm sempre endereço: o coração do leitor. As musas aparecem com freqüência, sendo decisivas no destino dos personagens ou no teor dos poemas. As contradições são constantes dentro de uma dialética do absurdo: a própria existência. A Filosofia está presente como catalisadora de excessos – para que estes nos levem - ao rico palácio da sabedoria.


COMO SE DEU O PROCESSO DE CRIAÇÃO DO SEU PRIMEIRO LIVRO DE POESIAS “PAZ: O COMEÇO” (2002)? PODERIA RESSALTAR ALGUMAS DIFERENÇAS ENTRE O PROCESSO CRIATIVO DESTA OBRA E DE SEU ÚLTIMO LIVRO DE POESIAS, INTITULADO “CONFESSÓRIO ARDENTE” (2006)?
O primeiro “Paz: O começo” foi um rebento... Sua concepção (mais guiada pela paixão) não sofreu nenhum “filtro” a não ser a limitação de recursos técnicos e literários... Já em Confessório Ardente (4 anos após), a idéia era trabalhar a tênue linha entre o sagrado e o profano, ou seja, a natureza humana. Trabalho mais consciente, no sentido de possuir um norte criativo: a ousadia. Mais que o primeiro, a idéia foi “afetar” o leitor para que ele refletisse sobre si próprio. A escolha por escrever sonetos foi também uma forma de reverenciar os clássicos, admitindo as influências românticas e simbolistas, em especial do poeta mineiro Alphonsus de Guimarães. Em suma, dizer que é possível “revisitar” com personalidade.


COMO SURGIRAM AS BANDAS “MADRUVÁ TESTUDA” E “NEBULA DUX”? QUAIS ERAM AS PROPOSTAS DESTES PROJETOS?
Bem, a banda Mandruvá Testuda surgiu da idéia de “perverter” o cenário alternativo com composições próprias inspiradas no psicodelismo inglês. Alguns poucos cover’s eram de bandas consideradas “B” pra o grande público. Com o tempo e a entrada de novos integrantes a proposta foi tomando outros rumos... Desta feita, decidi sair: não queria ser o “dono” da banda e muito menos impedí-los de tomar outro norte, o que era consenso da maioria. Já o Nebula Dux (do latim: Nuvem Condutora) surgiu justamente com minha saída do Mandruvá. Era uma vertente deliberadamente progressiva, com fortes influências de Pink Floyd (minha banda predileta) além de Gênesis, Yes, ELP e clássicos nacionais como Mutantes e Casa das Máquinas. Lançamos o single “Prelúdio” na primavera de 2004, fruto da premiação em um festival independente. Nossa última aparição foi no I Asyd Festival 2006, tributo ao lendário Syd Barrett , líder do Floyd. Infelizmente não ensaiamos depois disto... Mas a Nuvem não morreu, aguardem! Atualmente toco no Folk n’ Brothers, projeto para a releitura de clássicos do Folk-Prog, nosso lema: Folk you!


QUAIS SÃO OS SEUS PLANOS FUTUROS?
Fortalecer a bandeira que tenho levantado através da OPA! Oficina de Produção Artística: A figura do Artista Empreendedor, ou seja, aquele que não espera o “mecenas”, mas trilha o próprio caminho com consciência crítica e visão de mercado. Definitivamente, não há “pecado” em lucrar com a arte. O pecado está em pervertê-la em razão do lucro. E por favor, não me venham com a história de artista “coitadinho”.

Para 2009, planejo o lançamento do primeiro disco solo e de mais um opúsculo de poesias, ambos totalmente inéditos.

2 comentários:

francesco disse...

grande rodrigo!
grande presença na sociedade mutuante!

Rodrigo Starling disse...

Nobre Francesco, a recíproca é mais que verdadeira...saudações poéticas!!!

Starling