quarta-feira, 3 de junho de 2009

SANZIO MARDEN

Sanzio Marden é artista plástico e tem 34 anos. Concedeu esta entrevista ao blog Sociedade Mutuante em 26 / 05 / 2009.


QUAL VERTENTE ARTÍSTICA SEGUE? ALÉM DESTE SEGMENTO, HÁ OUTRAS MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS QUE GOSTARIA DE EXPERIMENTAR?

No decorrer do tempo absorvi o que me interessava, (Chagal, Balthus, Keith Haring, Joe Sacco, R. Crumb e tantos outros figurativos). Prefiro hibridismos. Quanto a Duchamp e herdeiros, sou espectador fiel.

POSSUI TRABALHOS PUBLICADOS? QUAIS?

Ilustrei alguns livros infantis e quase fiquei corcunda de tanto pintar.

São livros voltados para o meio ambiente (Projeto “Semente Ecológica” com a empresa Verde Gaia) e outros três com o apoio do Projeto “Manuelzão”.

QUANDO COMEÇOU A SE ENVOLVER COM ARTE?

Quando criança! Observava atento aos desenhos de minha avó (anjos pisando em demônios, e na moldura, rostos entalhados). A casa era um assombro e ela era muito religiosa, acredito... Sempre que viajava pra lá, passava dias desenhando – aí não parei mais.

PODERIA RELATAR DE FORMA SIMPLIFICADA UM DIVISOR DE ÁGUAS EM SUA CARREIRA?

O nanquim foi derramado...

INFLUÊNCIAS E/OU PREDILEÇÕES?

Meu percurso é todo voltado para o desenho. Sempre estive envolvido com linhas e nesses últimos anos voltei para a ilustração. Admiro os trabalhos do Base Man, John Hendrix e Aaron Jasinski – penso que meu caminho é realmente a ilustração. Minha discussão envolve criar histórias, traduzir espiritualmente um conteúdo, criar conexões entre as imagens...

UM MOMENTO MARCANTE EM SUA TRAJETÓRIA?

Economicamente – ganhar grana com desenho.

Espiritualmente – ser mais um criador de imagens.

QUAL É A SUA FORMAÇÃO? EM QUE MEDIDA ESTA INFLUENCIOU SUA TRAJETÓRIA ARTÍSTICA?

Formei-me na escola Guignard e fiz uma pós em arte educação. A única coisa que havia de bom na escola de artes era a troca de informação e o convívio entre os alunos que produziam algo, fora isso, era um completo deserto cheio de estrelas se desintegrando na atmosfera...

A escola de arte não influenciou meu trabalho artístico, muito menos meu trabalho com arte educação. Somente quando formei é que me dei conta de que se quisesse ser atuante na área deveria eu mesmo ir buscar as informações e me jogar no meio. Entre murros em ponta de faca e muita dor de cabeça tracei um caminho um tanto estranho, mas prazeroso.

PODERIA NOS CONTAR SOBRE SUAS EXPERIÊNCIAS COM A PRODUÇÃO DE LIVROS INFANTIS VOLTADOS PARA O MEIO AMBIENTE E O PROJETO “SEMENTE ECOLÓGICA”?

Trabalhava no Estado do Ceará com restauração de sitio histórico e naquele fim de mundo maravilhoso encontrei uma professora franco-brasileira (também maravilhosa) que havia publicado um livro infantil. Conversa vai, projetos vêm, acabamos por produzir três livros infantis com o apoio do projeto “Manuelzão”, já aqui em Minas Gerais.

Mostrei o material para a empresa Verde Gaia (na qual já havia trabalhado antes como ilustrador) e fechamos acordo. Foi onde surgiu o projeto “Semente Ecológica”, voltado para escolas e comunidades onde grandes empresas atuam.

Ilustrar livros infantis é como viajar em paz!

COMO FOI A EXPERIÊNCIA DE MINISTRAR OFICINAS DE DESENHO E PINTURA NO PRPJETO BH CIDADANIA?

Essas oficinas são bem interessantes no que diz respeito ao fazer artístico.

Você ganha espaço físico, material e uma turma pra trabalhar.

Fica livre para direcionar sua oficina e destinar o caminho que quiser (claro, dentro de uma estrutura de metas e desenvolvimento). É prazeroso, pois não ficamos enraizados em grades curriculares ou algo semelhante. Realmente há uma integração do sujeito com o fazer artístico – é algo bem diferente do que acontece na maioria das escolas publicas e particulares (que além de possuírem péssimos profissionais não sabem do que estão falando). O envolvimento da comunidade vai surgindo e o local das aulas vira ponto de referência para encontros, mostra de trabalhos, novos alunos interessados e outras atividades. Infelizmente quando tudo está se estruturando a política muda e o projeto fica a desejar.

QUAIS SÃO OS SEUS PLANOS FUTUROS?

Voltar a navegar de jangada.

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